2011

Ode para o Futuro

Falareis de nós como de um sonho.
...Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.
Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.

Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.

E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.

E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.

Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'

Let's get lost..

.. lost in each others arms
Let's tell the world we're in that crazy mood.
Let's defrost in a romantic mist
Let's get crossed off everybody's list
To celebrate this night we found each other, mmm

"Tenho tanto sentimento"


"Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada."

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise; 

If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools; 

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on"; 

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!

Rudyard Kipling 

Da vida

A cada encontro que temos com a morte de alguém, seja a de pessoas próximas ou espelhada no sofrimento que ela provoca a quem nos é querido, sinto que é mais um encontro que temos com o nosso próprio dia final.

É um processo individual e único em cada pessoa e nesse momento um turbilhão de questões atravessa-nos o espírito. Quando será? Terei feito tudo quanto queria? Terei feito tudo quanto podia? Como vivi? Que marca deixei no mundo? Quem fui eu para as pessoas cujas vidas toquei e sobretudo para aqueles que me marcaram? Fui feliz? Fiz alguém feliz? Valeu a pena..!?

A morte é possivelmente o evento mais democrático do mundo. Todos teremos direito a ela. Implacável pela sua imprevisibilidade faz-nos (ou deveria fazer!) viver num constante sobressalto. Não pela ansiedade ou receio desse dia, mas pela sua certeza imprevisível que nos deveria fazer agarrá-la por inteiro a cada instante. É neste oxímoro aparentemente cruel que se encontra a oportunidade perante a vida.

Com sabor de epifania percebi. A morte faz-nos ganhar vida. Faz questionar os sentidos da nossa existência. Faz-nos ambicionar. Oferece uma clarividência crua e avassaladora sobre os valores que conduzem a nossa vida. Desperta. Lembra-nos que do primeiro ao último dia não sabemos a distância. Lembra-nos que entre o primeiro e o último dia fica apenas o caminho que desenhamos e percorremos. Lembra-nos a urgência de fazer esse percurso. Sem adiamentos. Com paixão. Olhando para trás tão somente para encontrar a referência necessária para traçar o azimute para o próximo destino.

Lembra-nos que cada dia é uma oportunidade de fazer diferente. De experimentar, de crescer, de voltar a errar e aprender. De recomeçar. De nos superarmos! De fazer valer mesmo a pena.

De que estamos à espera?

De que estamos à espera!?


Sobre a cimeira da Nato..

Já vos aconteceu irem na estrada a conduzir, ouvirem qualquer coisa na rádio, e as gargalhadas atingirem tal estado de descontrolo que têm de encostar o carro!?

Pois.. IC20 esta tarde depois de ouvir os primeiros segundos do Bruno Nogueira no Tubo de Ensaio. Foi mesmo preciso encostar na faixa de emergência, ligar os quatro piscas e esperar que a histeria cómica abrandasse!

A propósito da cimeira da NATO:

".. mas eu sou kosovar, ou albanês, ou quê!? Hum!? Mas estes indivíduos extremamente importantes chegam a Lisboa e mandam fechar isto!? Nem os nazis quando chegaram a Paris fizeram uma coisa assim.. deixaram aberto tudo o que tinha gás, por exemplo! "Ah.. e vamos fechar a ponte Vasco da Gama por questões de segurança.." Quais questões de segurança?? Se vão fechar para a morsa da Angela Merkel não poder passar por lá e não haver perigo da ponte cair tudo bem! Se não, não entendo!.."


E continua com outras pérolas. Fala na Pontinha e tudo :p
Bruno Nogueira e João Quadros continuam a ser uma dupla fantástica.

Para ouvir completo aqui

"So I believe that it was a road I was meant to ride.."



...

But the wild road I was rambling
Was always out there calling
You said a hundred times I should have died
Then you came down and touched me
And lifted me up with you
So I believe that it was a road I was meant to ride

I'm like a soldier getting over the war
Like a young man getting over his crazy days
Like a bandit getting over his lawless ways
I don't have to do that anymore
I'm like a soldier getting over the war
...

But in my dreams parade of lovers
From the other times and places
There's not one that matters now, no matter who
I'm just thankful for the journey
And that I've survived the battles
And that my reward for victory is you

I'm like a soldier getting over the war
Like a young man getting over his crazy days
Like a bandit getting over his lawless ways
I don't have to do that anymore
I'm like a soldier getting over the war

Analogia brilhante!


 "A ilha do Corvo tem cerca de 300 habitantes e é tipo uma cidade playmobil: tem uma esquadra da polícia e um polícia, um quartel de bombeiros e um bombeiro, um centro de saúde e um enfermeiro.."

Fernando Alvim in Prova Oral (directo dos Açores)

Levar a carta a Garcia

Há tanto, mas tanto tempo (tanto que já não me lembro..) que não ouvia alguém falar em "Levar a carta a Garcia"!

E hoje alguém me lembrou. Hoje volta a fazer todo o sentido!

Obrigado :)














"Levar a carta a Garcia"

Esta expressão tem origem num episódio ocorrido durante a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos. Quando se iniciou a guerra, o Presidente dos Estados Unidos, William McKinley, teve necessidade de comunicar rapidamente com o comandante dos rebeldes cubanos, o General Garcia, que se encontrava algures nas montanhas de Cuba. Como não era possível comunicar por correio nem por telégrafo o Presidente mandou chamar Rowan e deu-lhe uma carta para entregar a Garcia.
Rowan pegou na carta e, sem perguntar onde estava o General, guardou-a numa bolsa impermeável junto ao coração. Quatro dias depois, chegava à costa cubana pela calada da noite, num pequeno barco. De imediato, iniciou a travessia de um país hostil percorrendo a pé montes e vales, entregou a carta a Garcia e saiu pelo outro lado da ilha em apenas três semanas.
Conclusão: Rowan recebe uma missão e, sem fazer perguntas, executa-a com total autonomia revelando excelente capacidade de iniciativa e espírito empreendedor.

A utilização da expressão “Levar a carta a Garcia” referida por gestores, economistas, políticos, etc., tem o  sentido de “cumprir e honrar” datas, horas, compromissos, tarefas.

Há palavras..



Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca
Palavras de Amor, de esperança
Que imenso Amor de esperança louca

Palavras nuas que beijas

Quando a noite perde o rosto
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto

De repente, coloridas

Entre palavras sem cor
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o Amor

O nome de quem se ama

Letra a letra revelado
Num mármore, distraído
No papel abandonado

Palavras que nos transportam

Onde a noite é mais forte
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte

Sabes que precisas voltar a casa quando..

.. estás a ver uma reportagem sobre automóveis num canal português e por breves instantes o teu cérebro confunde-se ao ver as imagens: "então.. então.. os gajos estão a conduzir em contra-mão!?!?"

Inspirador..
Eu não diria melhor.

Roubado daqui.

Já viajámos de ilhas em ilhas
já mordemos fruta ao relento
repartindo esperanças e mágoas
por tudo o que é vento

Já ansiámos corpos ausentes
como um rio anseia p´la foz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser do mais longo beijo
que nos fez trocar de morada
dissipar-se-á como tudo em nada?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já avivámos brasas molhadas
no caudal da lágrima vã
e flutuando, a lua nos trouxe
à luz da manhã

Reencontrámos lágrimas e riso
demos tempo ao tempo veloz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós

Que há-de ser da mais longa carta
que se abriu, peito alvoroçado
devolver-se-á: «endereço errado?»

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já enchemos praças e ruas
já invocámos dias mais justos
e as estátuas foram de carne
e de vidro os bustos

Já cantámos tantos presságios
pondo o fogo e a chuva na voz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser da longa batalha
que nos fez partir à aventura?
que será, que foi
quanto é, quanto dura?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós



Sérgio Godinho - Ivan Lins

Rewind.

Baralha.

Inspira profundamente.

Sustém o ar.

mergulha..


The nothing box

Mais uma crua verdade sobre o cérebro masculino vs cérebro feminino. Com o patricínio da amiga Cat.

Search