Da vida

A cada encontro que temos com a morte de alguém, seja a de pessoas próximas ou espelhada no sofrimento que ela provoca a quem nos é querido, sinto que é mais um encontro que temos com o nosso próprio dia final.

É um processo individual e único em cada pessoa e nesse momento um turbilhão de questões atravessa-nos o espírito. Quando será? Terei feito tudo quanto queria? Terei feito tudo quanto podia? Como vivi? Que marca deixei no mundo? Quem fui eu para as pessoas cujas vidas toquei e sobretudo para aqueles que me marcaram? Fui feliz? Fiz alguém feliz? Valeu a pena..!?

A morte é possivelmente o evento mais democrático do mundo. Todos teremos direito a ela. Implacável pela sua imprevisibilidade faz-nos (ou deveria fazer!) viver num constante sobressalto. Não pela ansiedade ou receio desse dia, mas pela sua certeza imprevisível que nos deveria fazer agarrá-la por inteiro a cada instante. É neste oxímoro aparentemente cruel que se encontra a oportunidade perante a vida.

Com sabor de epifania percebi. A morte faz-nos ganhar vida. Faz questionar os sentidos da nossa existência. Faz-nos ambicionar. Oferece uma clarividência crua e avassaladora sobre os valores que conduzem a nossa vida. Desperta. Lembra-nos que do primeiro ao último dia não sabemos a distância. Lembra-nos que entre o primeiro e o último dia fica apenas o caminho que desenhamos e percorremos. Lembra-nos a urgência de fazer esse percurso. Sem adiamentos. Com paixão. Olhando para trás tão somente para encontrar a referência necessária para traçar o azimute para o próximo destino.

Lembra-nos que cada dia é uma oportunidade de fazer diferente. De experimentar, de crescer, de voltar a errar e aprender. De recomeçar. De nos superarmos! De fazer valer mesmo a pena.

De que estamos à espera?

De que estamos à espera!?


Sobre a cimeira da Nato..

Já vos aconteceu irem na estrada a conduzir, ouvirem qualquer coisa na rádio, e as gargalhadas atingirem tal estado de descontrolo que têm de encostar o carro!?

Pois.. IC20 esta tarde depois de ouvir os primeiros segundos do Bruno Nogueira no Tubo de Ensaio. Foi mesmo preciso encostar na faixa de emergência, ligar os quatro piscas e esperar que a histeria cómica abrandasse!

A propósito da cimeira da NATO:

".. mas eu sou kosovar, ou albanês, ou quê!? Hum!? Mas estes indivíduos extremamente importantes chegam a Lisboa e mandam fechar isto!? Nem os nazis quando chegaram a Paris fizeram uma coisa assim.. deixaram aberto tudo o que tinha gás, por exemplo! "Ah.. e vamos fechar a ponte Vasco da Gama por questões de segurança.." Quais questões de segurança?? Se vão fechar para a morsa da Angela Merkel não poder passar por lá e não haver perigo da ponte cair tudo bem! Se não, não entendo!.."


E continua com outras pérolas. Fala na Pontinha e tudo :p
Bruno Nogueira e João Quadros continuam a ser uma dupla fantástica.

Para ouvir completo aqui

Search