Limpeza étnica

Sinceramente, neste e noutros campos nomeadamente sociais, nota-se bem que ainda só passaram 34 anos desde o 25 de Abril. Deus nos livre e guarde se beliscamos os direitos adquiridos dos cidadãos! E sobretudo, sob a falsa capa do protecionismo social, continuamos a paternalizar e alimentar os "coitadinhos" dos DVDs, dos plasmas, das rendas a €5 e de tantos outros benefícios que, explicitamente, perdoem-me, não merecem.

Vale a pena ler.



"O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. 'Perdi tudo!' 'O que é que perdeu?' perguntou-lhe um repórter.
'Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem...' Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga 'quatro ou cinco euros de renda mensal' pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que 'até a TV e a playstation das crianças' lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam 'quatro ou cinco Euros de renda' à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a 'quatro ou cinco euros mensais' lhes sejam dados em zonas 'onde não haja pretos'. Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - 'ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos.' A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor. "

"Estradas.. caminhos.. destinos.. percursos.."

E porque "as promessas são para cumprir e é por isso q nós cá estamos", e porque "chegou a hora" de uma porrada de lugares, já levamos quase 4 dias e 2000km de descarrega, monta, realiza, desmonta, carrega, estrada........, descarrega, monta, realiza, desmonta, carrega, estrada........ ando so on and so on.
Está quase e até é engraçado ;)

Até já!

Meu amor
Não quero mais palavras rasgadas
Nem o tempo
Cheio de pedaços de nada
Não me dês
Sentidos para chegar ao fim
Meu amor
Só quero ser feliz

Meu amor
Não quero mais razões para apagar
O que nasce
E renasce e nos faz acordar
A loucura faz medo se for medo o teu chão
Mas é ar e é terra
Dentro do coração
É ar e é terra dentro do coração

Meu amor
Não quero mais silêncio escondido
Nem a dor
Do que cai em cada gesto ferido
Quero janelas abertas
E o sol a entrar
Quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar
Eu quero o meu mundo inteiro
Dentro do teu olhar

E hoje, vê
A estrada é feita para seguir
E hoje, sente
A vida é feita de sentir
E hoje vira do avesso o mundo
E vê melhor
Deste lado é mais puro
É teu
É tão maior
Deste lado é mais puro...
É meu...
É tão maior

Mafalda Veiga - Estrada

Imaginem..

..Domingo à tarde, ataque severo de preguiça no sofá, 4 canais de televisão...

F - Olha! Vai voltar o Chuva de Estrelas!!
C - Pois vai.. muito fixe.
F - Saíram de lá grandes artistas portugueses!
C - Pois foi, pois foi..
F - A Sara Tavares!
C - O gajo que cantou os R.E.M..
F - A gaja que interpretou a Sinéad O'Connor!
C - O João Pedro Pais!

Silêncio.........................................................

Search