Juventude

É oficial.. hoje é o último dia da minha vida em que posso utilizar o cartão jovem. Não porque tenha atingido a idade máxima (isso já foi há uns meses ehehe) nem porque deixei de ser Jovem. Terminou mesmo a validade da última emissão possível. E que saudades ficarão deste fiel companheiro de descontos :)

Numa perspectiva mais "pragmático-depressiva", analisando também os cabelos brancos que começam a despontar, poderia mesmo questionar-me se isto não será o princípio do fim.. o dia do juízo final na minha era de juventude. Mas como o estatuto de "Jovem" é díspar em Portugal (basta pensar que se é Jovem agricultor até pelo menos aos 40 anos) torna-se para mim claro que ainda me faltam uns anitos até atingir o patamar seguinte.

Firme que está a minha condição de Jovem (yupi!!) e fruto da minha sensibilidade para esta questão no dia de hoje, tenho que manifestar aqui o meu protesto por aquilo que considero um abuso.

Passo a explicar..

No início de qualquer pré-campanha eleitoral, logo após a apresentação de um determinado candidato é apresentado o seu mandatário para a Juventude. Pode não existir mais nenhum mandatário, ou pode não ser divulgado, mas o mandatário para a Juventude assume sempre um lugar de destaque, o estatuto de primeiro, de principal.



Ora nesta óptica poderá ser legítimo expectar que este "sinal" se venha a converter numa prioridade após o sufrágio. E é aqui mesmo que surge a minha indignação.. pois em NENHUM mandato que conheça, a Juventude e as políticas de Juventude foram assumidas como prioritárias.
Penso mesmo que seria mais honesto nomear mandatários para o urbanismo e construção civil, mandatário para os lobbies, mandatário para a comunicação social..

Ou será que o interesse (verdadeiro e prioritário) pela Juventude se esgota no agitar de bandeirinhas e passeios em caravana durante a campanha eleitoral, no "bonito" que é ver um político de 80 anos pseudo-rejuvenescer por diariamente procurar aparecer rodeado de Jovens (assim de repente nem estou a ver quem possa ser..) e filmes afins?

Ainda nem começou a campanha eleitoral e este abuso já me está a irritar veementemente..

Amiguinhos, abram a pestana! Participem, envolvam-se, discutam.. mas o jogo a valer é quando os mandatos começam. Aí sim é crucial discutir, opinar, participar nas decisões e defender os interesses dos Jovens. Aí sim devem levatar bem alto as "bandeiras" e fazer todo o barulho.
Cuidem-se..

btw - não é preciso inventar tudo. Podem sempre consultar o Livro Branco para as Políticas de Juventude da União Europeia que "aconselha" sobre as linhas de orientação estratégica na definição destas políticas.

A revolução no decor do lar ;)

Pois é! Depois do IKEA ter chegado ao nosso país (e para além dos preços) ter revolucionado todo o conceito de mobiliário e decoração para o lar, eis que chega até nós aquela ferramenta que tanta falta fazia.

Nas lojas da especialidade é possível experimentar.. quase tudo. É possível contemplar o design, verificar a qualidade dos materiais, as dimensões, experimentar o conforto.. enfim, uma panóplia de experiências a levar a cabo antes da aquisição. Afinal de contas trata-se de peças que farão parte do nosso quotidiano. Peças que nos acolhem quando chegamos a casa. Peças que reflectem o nosso gosto e, de certa forma, a nossa personalidade.

Não obstante, é provável (poderei dizer comum?) chegarmos a casa e verificarmos que afinal aquela peça não é exactamente como tínhamos imaginado e não preenche um (mui) importante requisito.

Para terminar com estes problemas, foi colocada à nossa disposição esta ferramenta que nos torna consumidores mais conscientes, mais esclarecidos. Um must, a ser recomendado em breve pela defesa do consumidor, como imprescindível antes de qualquer aquisição mobilar.

http://www.loveyourmouse.com/awards/cannes/tokstok/portugues/kamasutra.html

..e boas compras ;)

Contra?! CONTRA??

Foi esta a interrogação que durante alguns minutos ficou a martelar no meu pensamento, logo após ter ouvido na rádio que o PSD votou contra o Orçamento de Estado para 2006 (OE2006).

É do conhecimento geral que nestas questões dos votos existem os favoráveis, as abstenções e os contra.. No nosso dia-a-dia, nos círculos democráticos mais mundanos (o condomínio do prédio, a assembleia geral do glorioso SLB, à mesa do jantar - aka conselho familiar, etc) ser a favor ou contra significa isso mesmo e abster-se significa que nem sim nem sopas ou que não se faz puto de ideia sobre o que escolher.

No mundo da política os chamados sentidos de voto podem, para além da leitura mundana, ter implícito o demarcar de uma posição. A este conceito na sua perspectiva mais lata, na língua portuguesa, chama-se política (seria mais acertado chamar-lhe politiquice?). Em inglês é relativamente mais simples:
."policies" - política, diplomacia, sistemas, planos de acção.
."politics" - política, diplomacia, sagacidade, oportunismo.
(in The New Webster Handy College Dictionary)

Imagine-se que podemos discordar em parte de uma determinada medida (policy), mas sabemos que de todas as medidas apresentadas e que reunem condições de passar essa é a melhor (ou a menos má). Tendo em conta que as coisas têm que acontecer e não se pode criar o vazio de não se tomar nenhuma medida, não votamos contra e acabamos por dar o voto de abstenção - neste caso chamado de voto de viabilização.

Quando existe apenas uma única opção, torna-se mais "fácil": vota-se a primeira vez contra e a proposta não passa por reunir mais votos contra que a favor (suponhamos). Como não pode existir o tal vazio de não se tomar uma decisão, procede-se a uma segunda volta onde, nas condições referidas anteriormente, alteramos o sentido de voto para abstenção. Graças às abstenções, os votos favoráveis superam os votos contra e a proposta passa. Assim, quem discordava da proposta mas não era totalmente contra a mesma, consegue mostrar claramente que não concorda com a medida, mas que também não se opõe à operacionalização da mesma (politics.. puro e duro!).

(Como é óbvio, se somos terminantemente contra determinada medida ou se sabemos que ela será indubitavelmente prejudicial, não há voto de viabilização que possa valer).

Sob um ponto de vista mais "puro" podemos entender isto como um fiel exemplo daquilo que não deve ser a política. Pelo outro extremo podemos entender como "protocolos de um jogo" chamado política (ou será politiquice?).

Voltando ao OE2006, e ao voto contra do PSD..

É sabido que o PSD, em tempo de pré-campanha para as legislativas, propôs ao PS um pacto de regime sobre os assuntos mais importantes a nível de estabilidade e crescimento do país. Pacto esse recusado pelo PS..

É sabido que esse pacto seria um passo deveras importante para garantir um crescimento estratégico e sustentado ao longo de vários anos, contrariamente às curvas e contra curvas pseudo-estratégicas "quadrianuais" a cada mudança de governo/partido no poder.

É sabido que uma política favorável ao desenvolvimento do país nos próximos anos teria que passar forçosamente pelo rigor, aperto orçamental e eliminação de alguns direitos adquiridos e excessivos face ao panorama actual (sacro santos e intocáveis direitos divinamente lavrados nessa nossa constituição criada no fervor da revolução e que protege os direitos dos trabalhadores indefesos e coitadinhos face aos mauzões do capital e donos das grandes fortunas..).

Por outro lado sabemos também que o PS (sabendo que iria ganhar mas auspiciando a maioria absoluta) prometeu uma série de medidas que rapidamente mostrou não serem passíveis de serem cumpridas.. pelo menos por quem pretende gerir o país com responsabilidade. Assim veio o aumento de 9 impostos em 9 meses (quando se prometeu não aumentar nenhum), o aumento da idade da reforma, a eliminação dos diversos serviços sociais e centralização na ADSE (em alguns casos aumentando os custos por benificiário como no caso dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça) entre outras medidas tão impopulares mas, no meu entender, na sua grande maioria, essenciais para alterar o rumo de naufrágio. A seu tempo virão as portagens nas SCUT's e a alienação do património do estado.. aguardem!

Todas estas medidas são um belo conjunto para alimentar o actual descontentamento social que se vive e que, se me é permitido fazer algum futurismo, se irá agravar em 2006.

Partidos como o PCP, BE e eventualmente o PP, cientes de que jamais poderão constituir governo (com excepção de uma coligação), podem facilmente assumir as vozes do descontentamento, exigir, exigir e ainda exigir, sem que deles se espere algum tipo de responsabilidade no que se exige. Não obstante discordarem em grande parte com as medidas consagradas no OE2006 é inequívoco que (salvo algumas linhas.. de caminhos de ferro tb ;)) temos que caminhar para o sentido estratégico que este plano define. Ainda assim, e pelo exposto, a estes partidos pode caber a (ir)responsabilidade de votar contra o OE2006.

Depois existe o partido que constitui real alternativa (ou de momento talvez não) de governo. E desse partido espera-se uma oposição responsável. Com críticas que vão para além do arremesso político e que se verifiquem como verdadeiras alternativas. No momento em que as linhas gerais do OE2006 são coincidentes com as propostas do PSD em campanha eleitoral, é no mínimo expectável que, não querendo dar "pontos ao inimigo" com o voto favorável, o mesmo seja aprovado pela maioria parlamentar e também viabilizado pela abstenção do PSD.

Pasmem-se.. o voto foi contra! E porquê?! Porque o projecto do TGV é megalómano.. quando reduziu drasticamente o que o governo do PSD inicialmente acordou. Porque são aumentados os impostos aos pensionistas que recebem mais de €530/mês.. quando esta medida apenas pretende aproximar, para os mesmos valores auferidos, os impostos de quem trabalha e de quem recebe pensões (será isto injusto? será isto sequer uma questão?). Porque não se criam descriminações positivas exclusivas dos habitantes das zonas desfavorecidas e consequentemente os custos das SCUT's continuam a ser suportados por todos, mesmo aqueles que não têm o luxo de utilizar um automóvel.. concordo com esta, mas será uma acção tão grave que inviabilize toda a linha?! Não creio.

Não posso deixar de entender este sentido de voto como um mero exercício de combate partidário que suplanta por completo o sentido de estado e os interesses do país. É claramente um tiro no pé que descredibiliza de forma grave o PSD.

«Cidadãos de todas as idades e com ambições de uma vida melhor, procuram governo e oposição credíveis para relação séria e quem sabe talvez mais»

.. ou será só para rir e comer bolachas?!

Última Hora!

(não resiti.. está delicioso :p)

"Mecânicos, bate-chapas, sucateiros e um vogal da junta de Pirescoxe têm andado numa lufa-lufa a substituir calendários de mulheres nuas com seios grandes, pelas declarações de rendimentos dos ministros com grandes dígitos.

O que está a dar são as reformas obscenas que os ministros acumulam com ordenados provocantes.

"- Há três anos que tenho a Carla Matadinho na parede. Agora vou trocá-la pela reforma de Campos e Cunha, que é muito mais indecente", confidenciou um mecânico de olhar lúbrico.

A excitação é tal que alguns ministros têm sido alvo de piropos lançados por homens das obras ao passar debaixo dos andaimes. Das pérolas mais frequentes sublinham-se duas:

"- Contigo, reformava-me todos os dias!!"

"- Comia-te essa pensão toda, ó Dr.!!""

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